“I DON’T SPEAK ENGLISH”. ENTRE O MEDO E A FALA: UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Autores

  • Ana Paula Turesso Pinto Pedroso ETEC

Palavras-chave:

Medo de Falar, Língua Inglesa, Ensino Público, Ansiedade Linguística, Formação de Professores

Resumo

Este artigo realiza uma reflexão teórica sobre o medo de falar a língua inglesa em sala de aula, sentimento recorrente entre professores e alunos das escolas públicas estaduais. A análise, de natureza qualitativa e exploratória, fundamenta-se em estudos recentes sobre ansiedade linguística, práticas pedagógicas e formação docente. A insegurança ao se expressar oralmente em inglês é compreendida como uma construção influenciada por fatores emocionais, sociais e educacionais, agravada pela formação insuficiente dos professores e pela ausência de metodologias comunicativas no ambiente escolar (Paiva, 2019; Silva & Barcelos, 2021). A ansiedade comunicativa é vista não apenas como um desafio individual, mas como reflexo de um sistema educacional que ainda marginaliza o ensino de línguas estrangeiras, principalmente em contextos de vulnerabilidade (Medeiros & Rocha, 2022). O medo de errar, de ser julgado e de não corresponder às expectativas institucionais inibe a fala e compromete a aprendizagem significativa. Conclui-se que a superação dessas barreiras exige investimentos em políticas públicas de formação docente contínua, valorização da oralidade no ensino de línguas e construção de espaços seguros e acolhedores para a prática comunicativa.

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Publicado

11/12/2025

Como Citar

Paula Turesso Pinto Pedroso, A. (2025). “I DON’T SPEAK ENGLISH”. ENTRE O MEDO E A FALA: UM OLHAR DECOLONIAL SOBRE A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS PÚBLICAS. evista BTecLE, 9(2), 027–037. ecuperado de https://revista-cbtecle.cps.sp.gov.br/index.php/CBTecLE/article/view/1273

Edição

Seção

Artigos